Todo mundo sabe que minha irmã gosta de ler. Tudo. Livros, obviamente. Lista telefônica. Cardápio. Créditos dos filmes, 10 minutos depois do fim do mesmo. Embalagens. Só não a vi, até hoje, lendo manual de como usar o video-cassete (kkk), máquina digital ou qualquer outra coisa do gênero. Pra isso, ela me pergunta como é que faz.
Bom, mas vamos ao que interessa. Ela leu Dostô, obviamente (sim, vou abreviar porque o nome do cara é meio grande e cheio de consoantes). E foi Dostô quem a ajudou a entrar no mestrado. Já contei a história do mestrado? Foi assim: eu me inscrevi e achei que ela devia fazer também. Paguei a inscrição no exame e ela foi, perturbada como sempre, fazer a prova. Claro que passou, mas não ficou dentro das 15 vagas. Foi para a entrevista e lá na banca tinha um professor barba branca, cabeça, que nunca mais vi de novo. Acho que era o destino dele estar ali naquele dia. Ela lá dizendo que não era administradora, nunca tinha lido ou escrito nada na área, mas ia se esforçar, que adorava ler, e não sei como Dostô entrou na conversa. Aí o cara quis saber se era verdade e testou a danada. Ela passou mais da metade da entrevista falando no livro “Crime e Castigo”. Bom, hoje ela é mestre em Administração. Обязано, Dostô!
Muitos anos se passaram, e graças a este mestrado, estamos ambas aqui, na mesma Universidade. Como morávamos só nós duas, alugamos um quifó quente (não no sentido moderno, mas no sentido climático mesmo) com 2 quartos e um banheiro. Mas esse ano chegaram marido e filhos e lá estávamos nós: 1 homem, 2 mulheres, 1 adolescente, 1 bebê e 1 secretária dividindo 1 banheiro. E um dia, uma de nós estava, como dizer, com uma vontade urgente e regular de freqüentar este aposento único. Como meu honorável marido estava num banho demorado e essa pessoa estava com vergonha de pedir pressa ao rapaz (ops!), lá fui eu solicitar agilidade. Eventos como esse nos motivaram a mudar para um apê maior: 3 quartos, 3 banheiros. Agora podemos cutucar o Dostoyevski à vontade... (“ahn?” Você me pergunta.) Calma, eu explico.
Depois da mudança de apê, eu sofri do mesmo problema que havia acometido uma de nós duas que não era eu. Roubei (dela) e comi um pedaço de torta de pêssego feito pela mamy... Hmm. Delícia! Ou seja: CRIME. Resultado... você entendeu. CASTIGO. Então, criamos um código para estas ocasiões: “cutucar o Dostoyevski”, ou seja, se cometer um crime, espere pelo castigo, porque o Dostô é implacável...
Epílogo
Aproveito este espaço, cedido pela letra D, para pedir Desculpas à letra C pelo post mal humorado. Cada palavra nele vale, mas o coitadinho do C ficou triste que só falei mal dele. C, taí um pouquinho de você no D. Enjoy...
Uau... adoro historias!!! Amei!!!
ResponderExcluirAffe, problema que havia acometido uma de nós duas que não era eu, rsrsrs
ResponderExcluirFrase genial.