segunda-feira, 5 de abril de 2010

O tempo, o vento e o álcool...

Como sou desobediente, a semana passada teve feriado e hoje é o aniversário do meu filho (:P), vou responder primeiro o pote da semana passada...

Todos estão carecas de saber da afinidade, para não falar em grude, que rola entre pipocas, borboletas e irmãos. Mas o que ainda não foi devidamente divulgado é que esse lance é genético: é genial observar o dialeto único entre meus tios e meu pai. Se eles quiserem falar em código, ninguém os entende. Inclusive, durante a ditadura, eles podiam perfeitamente ser presos por conta de um telegrama, que dizia simplesmente:

“Pererequei jerimum”

Então, um desses treze tios, conhecido entre a sobrinhada como “tio gatão”, era quase um filósofo (kkkk, desculpem-me, não me contive): segundo ele, o tempo, o vento e o álcool acabam com tudo no mundo. Bom, sobre o álcool não vou nem comentar o estrago... Sobre o vento, hum... furacões, maresia... precisa falar mais? E sobre o tempo, o que dizer?

Bom, o tempo nos traz os cabelos brancos, é verdade (se bem que na verdade eu até curto os meus cinco e os zilhões do meu amado...). Mas eu admiro bastante esse danado do tempo, porque ele coloca dimensão no espaço e nas relações. É fantástico ver como as coisas, os dramas são pequenos quando se coloca diante do que foi o mundo, sei lá, desde os tempos da Pangeia. Por exemplo, as tardes de domingo na casa da minha avó paterna... Moleca, só enxergava uma realidade parcial: a alegria, a bagunça, as relações sempre vistas de um modo pueril. Depois de crescida, a gente começa a perceber os dramas, presentes em todos os lugares. É bom ressaltar que não sou dramática a ponto de transformar tudo em grandes novelas mexicanas, mas sabe aquela percepção que só se adquire com o tempo? É dessa que estou falando.

Legal também ver como o tempo é subjetivo: sei lá, algumas amizades, relacionamentos se constroem como um passe de mágica! Adquirem uma força, têm suas bases fortalecidas, muito mais que outras relações mais antigas... Meio maluco o mundo em que vivemos...

Mas o que importa mesmo, é que, para o nosso bem ou o nosso mal, “o tempo não pára / não pára, não, não pára”

4 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Inicialmente devo dizer que não sei porque se criam regras que só eu sigo...cadê o amor de vocês à ordem e à lei? Nã, affe e vixe. Pois bem, queria não dar o gostinho de adular certas desobediências civis, mas o jeito é o jeito. Só posso dizer assim: tese do Lucas. Só que sobre esse texto.

Nanica disse...

Lica, demaaaais!
Adorei o que vc escolheu pra falar no pote e o jeito q escolheu pra dizer...

Nanica disse...

Ah, esqueci de dizer... percebam que sou eu, Aline, que me converti completamente em Nanica. hehehe

Pipoca disse...

Lica,
Obg pela lembrança... foram excelentes domingos....
E boas lembranças (independente das percepções parcias) são atemporais...