terça-feira, 30 de março de 2010

Acho que tenho tempo sobrando...

Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.
Clarice Lispector
PARTE 1
Dizem por aí que o tempo não pára (o Cazuza, então, não parava de dizer). Eu fico a matutar se é ele que passa ou nós que passamos por ele. Quando eu era menina, o tempo dava e sobrava. Ou quase, porque sempre se queria mais cinco minutos pra brincar lá fora. Mas tempo havia pra tudo que se podia. Ler, pular corda, brincar de pega-pega, assistir sessão aventura, dormir, comer, rir, deitar a cabeça no colo da mãe. Não me lembro do tempo da infância, mas está tudo lá, no tempo feito imagem que são as fotografias. Ah, eu estou sorrindo nas fotos. Com certeza, eram tempos de bonança.
Devo ter sido adolescente, logo depois. Outro tempo do qual não dou conta. Sempre me vejo já velha, espírito antigo. Mas sei que me alvorocei pelos rapazes e havia o tempo do cochichar com as amigas, o tempo do cinema como lugar dos namoricos, o tempo de esperar o telefonema (nunca fui boa no uso desse tempo, agoniada ligava logo e acabava com o tempo da ansiedade). Era o tempo de tudo em cima, onde a lei da gravidade não era conhecida. Tempo de ler e ler e ler. Nesse tempo descobri muito de mim no que eu via, ouvia, lia. Tempo do Corujão e da Sessão de Gala. Tempo de festas de 15 anos em longos cor de rosa que eu detestava. Tempo dos primeiros amores, tempo de ser amada de todos os jeitos e aprender a amar de jeitos vários. Tempo de carteiras: de estudante, de identidade, de trabalho. Tempo de preparação. Também deste tempo tenho sorridentes registros. Com certeza eram tempos de alegria.
E aí veio o tempo da decisão. Faculdade, filho, trabalho. Tempo de cada coisa em seu lugar e esse lugar era eu. Primeiro, o tempo de poder decidir. Quero sim, obrigado. Não, não, isso me enfastia, passo. Depois o tempo de reconhecer: não gosto mas tenho que. E, mais adiante, o tempo de gostar do que se tem pra gostar sem deixar de ai, outros mais. Tempo de ajustar, não sei se eu ao tempo ou o tempo a mim. Sei que o tempo passava em barriga que crescia e nem se notava a a não ser a felicidade. Tempo de planejar e não cumprir. Ou cumprir. Tempo de rir com amigos que já se tem de tanto tempo que advinham a piada antes de dita. Tempo de poder gastar o tempo conforme o seu nariz. Tempo de pagar pra ver. Tempo de pagar, pronto. Desse tempo já lembro das gargalhadas. Tempo bom, tempo rei.
Tem ainda o tempo de sofrer, de viajar, de namorar, de se esbaldar. Tempo de sonhar com um tempo em que há casa. Tempo de fazer um trabalho cujo tempo é seguro. Tempo de fazer novos amigos e se surpreender como ainda se tem tanto amor pra amar. Tempo de não ter medo do ridículo. Tempo de dançar na rua sem música. Tempo de correr dentro do tempo pra não se perder o tempo de fazer tudo isso. Tempo de parar e vagabundar. E no dia seguinte tempo de se arrepender e correr de novo e mais. Tempo da delicadeza. E da beleza. Tempo das primeiras rugas e dos cabelos brancos ainda discretos. Tempo da lei da gravidade, da lei seca, da lei do menor esforço. Dá pra escutar? sou eu rindo desse e nesse tempo.
E vem aí e ainda tempos outros. Desse tempo só sei que chega e que eu o espero. Com um sorriso nos lábios. E sem relógio.

PARTE 2 - muito mais sobre o tempo, encontra-se aqui(borboletas) ou aqui (olhas da dita cuja)

PARTE 3 - Resposta ao Tempo


Essa música me toca de forma tal que. Assim mesmo, as palavras somem e só dá vontade de rir. Ou chorar. Ou as duas coisas, que juízo nunca foi o meu forte. Amores terminam no escuro, sozinhos. Isso é bonito demais. Como uma verdade que é insuportavelmente premente e que se está a um passo de conhecer, mas o tempo escapole e só se fica com a impressão de quase (no pau, diria o locutor esportivo). E o que mais gosto é isso mesmo: eu morro de amor pra tentar reviver. Assim, sigo no meu tempo, despertando as paixões - principalmente as minhas que cada qual cuide de amar que amar é viver..mas isso já e outra canção.

PARTE 4 - Eu ia fazer meu post comentando frases legais sobre o tempo, mas aí outra idéia (essa lá de cima) veio vindo, veio vindo e não pude evitar. De qualquer forma, eis as frases que buliram com meu coraçãozinho:

O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família. (Mário Quintana)

O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno.(Shakespeare)

E a preferida, campeã, mais legal, inesquecível e brilhante: Se você não se atrasar demais, posso te esperar por toda a minha vida. (Oscar Wilde)


PARTE 5 - Sobre nós e o tempo:




PARTE 6 - Só quero gastar mais um pouquinho do tempo rasgando seda: tem coisa mais genial que os títulos dos posts da Pipoca? Proponho uma enquete: qual o melhor título de post até agora? Meu voto: Vou querer o básico (embora sob a fumaça dos sutiãs fique por uma cabeça e o surpreendente auto retalho da nanica também fosse fortíssimo candidato). Vamos gastar nosso tempo votando(rsrsrs)?

segunda-feira, 29 de março de 2010

O pote atrasado

Gente, desculpa!
Essa última semana foi um sufoco! Estou esgotada... é o trabalho (em plena folha de pagamento), filha dando trabalho, namorado, família, afazeres domésticos, etc, etc, etc. Acompanhei o blog de migalhas, mas acompanhei e como o Estado ainda não decretou meu pote estou aqui!
Nada mais propício pra esse momento do que falar do TEMPO!
Então é isso, essa semana falaremos de TEMPO, eu da minha falta dele, e vocês?

domingo, 28 de março de 2010

Vou querer o Básico.

1. Saúde e paz para os meus;

2. Capacidade de sonhar e de realizar meus sonhos;

3. Equilibrar minha vida pessoal com a profissional;

4. Que meus pais estejam presentes na formatura e casamentos dos meus filhos;

5. Vibrar pelas conquistas do Mengão e do Brasil (em várias modalidades);

6. Amor correspondido;

7. Ir trabalhar mais por prazer que por obrigação;

8. Acompanhar de perto as conquistas e alegrias de meus amigos;

9. Conseguir utilizar razão e emoção com sabedoria. Ter equilíbrio nas escolhas;

10. Amizade eterna com meus irmãos;

11. Conseguir educar bem e proteger meus filhos;

12. Bom humor;

13. Ter dinheiro para comprar quando der vontade sem precisar de peso na consciência ou juros no banco;

14. Vida longa e próspera (assisti muito The Big Bang Teoria hoje);

15. Ser feliz!!!!!!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Eu quero, eu quero...

Dar os parabéns para a Aninha, que aniversaria hoje!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ah, como eu queria...


Queria escrever iNgual minhas amigas. Fui me identificando com tanto que Ana, Lica e Borboleta disseram! O pote é bem pertinente, por tudo que tô vivendo agora. Tão ocorrendo mudanças agora, e outras tão na iminência. Daí têm coisas que eu queria antecipar. Apertar o Fast Foward, e só abrir os olhos depois que a espera terminasse. Tem outras (não coisas, pessoas) que eu queria trazer mais pra perto. Inda bem que são mudanças boas. Uma pessoa que muito amo emigrou do Brasil ontem, sem prazo pra retornar. Foi perseguir seus objetivos pessoais e profissionais. Em breve, outra pessoinha vai acompanhá-lo. Daí fico só vendo elas se afastarem... afastarem... Buááá!

Eu sei, é pra felicidade deles, é o que sempre sonharam, etc, etc. Tá, eu sei também, existe skype, webcam, etc. Mas num é a mesma coisa. Por isso, pra resumir, queria ter uma máquina do tempo e um teletransportador. Só pra mim. Daí eu emprestava pra vocês.

Mas a propósito dos quereres, enquanto não encontro minhas máquinas, tá valendo essa: dia desses encontrei mais um site maravilhoso, dentre as mil utilidades internéticas: Macumba Online.
Você pode encomendar vários trabalhos, tipo fazer amiga arranjar emprego de marajá, trazer pessoas distantes, acelerar mudança, fazer casa terminar logo de construir, amansar chefe FDP, etc.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Se eu tivesse mais de um post...

...escreveria simplesmente: I need space. E apresentaria o leãozinho pra quem não o conhece. E, depois, quem sabe, outro dia e outras palavras. Mas o quereres e o estares sempre a fim do que em mim é de mim tão desigual...faz com que tenha que ser tudo ao mesmo tempo agora. Tenho quereres de ontem, tenho quereres de agora, tenho os desejos de todos, tenho aqueles que nem às paredes confesso. Tem querer de todo jeito e qualidade. Por exemplo, eu queria ter escrito a frase: meu coração tem mania de amor. Eu queria usar chapéu e lenço. Queria que o Reth Butler voltasse atrás e ficasse com a Scarlett. Eu queria que meu pai, minha mãe e a Maria Bethania nunca morressem. Eu quero a paz mundial. Eu quero sexo! Me dá sexo! Como é que eu vivo sem sexo? Eu quero que existam músicas melhores do que esta aí (embora o desejo deva ser mantido: eu quero sexo). Quero tempo pra curtir meus livros, ir ao cinema, jogar conversa fora com os amigos. Quero dançar (sou humilde não quis nem aprender a dançar, nem dançar bem...só dançar mesmo). Quero aprender a me comunicar com meu filho. Quero ganhar um tanto de dinheiro que me possibilite comprar as pequenas ninharias que fazem a vida ter mais sabor (como o creme de ricota que minha amiga/irmã me apresentou ou dvds de locadora que está fechando) e viajar uma vez por ano pra Europa (ou similar, ou seja, Europa mesmo). Quero um titiba que dê massagem nos meus pés, goste de cinema P&B, não tenha mau hálito e saiba cozinhar -ou, pelo menos lave os pratos. Quero espaço ilimitado no google pra ter certeza que posso escrever e colocar o que quiser nos meus blogs pelo tempo que eu quiser. Quero que minha casa fique pronta logo e que acabe a fome no mundo. Quero sky e internet rápida. Que meu carro nunca dê o prego. Que meu celular nunca fique fora de área. Ah, que as pessoas entendam que meu celular é pessoal e que eu não uso pra trabalho. Quero sair à rua e encontrar charme, delicadeza e boa educação. Quero que as mulheres sejam consideradas ladies e os homens gentlemans. Posso até aguentar as bengalas, se for o caso. Quero ficar velhinha, bem velhinha. E quero morrer como Don Corleone, sendo capaz de dizer: a vida é tão bonita! Quero que o Flamengo ganhe a Libertadores e o Mundial (ano sim, ano não, pra não parecer que sou gulosa). Quero desfilar na Mangueira uma vezinha na vida. Quero ter um neto(s) ou neta(s). Quero que a Dilma seja a próxima presidente do Brasil. Quero que a Roberta Sá venha fazer um show na minha cidade. Quero tomar banho de chuva e não ficar gripada. Quero perder 04Kgs só na barriga - sem afinar perna, perder peito e bunda... - sem fazer exercício físico. Quero fazer doutorado em Portugal. Quero que a CAPES mude a lógica de credenciamento e avaliação dos cursos de pós-graduação. Quero pegar um avião, deitar no colo do L. e ficar ouvindo as histórias de PR (iiiihhhh, isso eu vou ter). Quero o direito a mais um post por semana. Quero que a Aninha ache logo a casa dela. Quero achar torresmo morno, crocante e salgadinho com facilidade. Quero que a Lica possa gritar gol e ganhe na megasena (conforme já anunciado). Quero cinema na minha cidade. Quero que a nanica acabe logo a dissertação. Quero comer pato num restaurante francês. Em Paris, claro. Quero que a Danielle encontre outro emprego - e que seja mmmuuuuiiiitttooo melhor do que esse. Quero comer caranguejo na praia com cerveja gelada. Quero que a Pipoca tenha logo um bebê. Quero ter todos os dvds que eu quiser. Quero que a Adry tenha paz no juízo dela. E que ela desenrole e venha logo escrever aqui. Quero sapatos confortáveis, batons que não saiam quando a gente come e bebe, almofada fofinha, ar condicionado, panela de inox. Quero um puta multiprocessador. Quero escrever melhor. Publicar um livro. Aceitar a incompletude. Aprender a usar vírgula. Ser mais legal com os meus amigos. Quero desquerer qualquer coisa e querer tudo de novo. Quero me repetir: comer, beber, trepar. Aliás, quero tudo que escrevi aqui também. Quero ser eu mesma. E todas mais que eu quiser. Como a Radical Chic:

segunda-feira, 22 de março de 2010

O meu querer...

“Ai, eu quero, quero tanto
Que você me aceite do jeito que eu sou
Descabelado, malucado, doido
Mas muito integrado nesse nosso amor” (Cláudio Nucci)

Eu não vou ser idealista, ao querer a tolerância para todos os seres pensantes do mundo. Estou sendo 100% egoísta ao querer a compreensão do meu amado de que sim, sou flamenguista, e quero ter o direito de me esbaldar na frente da televisão (de preferência com meu filho no colo). Sim, sou pregada na minha família e quero ter o gostinho de partilhar momentos em família numa frequência maior do que ele deseja. Sim, sou... ; Sim, sou... ; Sim, sou.... Mas também sou compreensiva e sei ceder umas vezes para não dar briga.

“Eu queria ter na vida simplesmente
Um lugar de mato verde
Pra plantar e pra colher
Ter uma casinha branca de varanda
Um quintal e uma janela
Para ver o sol nascer” (Gilson e Joran)

Tal como minha amiga Ana, e com certeza a Borboleta, também estou na ânsia pelo meu canto. Não que não goste de partilhar a vida em família (até porque não posso me contradizer dentro do mesmo post). Mas eu preciso do meu lugar. Ver meus pertences maravilhosamente espalhados, não por falta de espaço ou falta de zelo (bom, um pouco), mas por poder deixá-los assim. Ter uma geladeira decente, um espaço para descansar, um espaço para trabalhar. Poder olhar, por uma varanda, o filho brincando na rua; pela outra, minhas roupas quarando no quintal...

“Ah, bruta flor do querer, ah, bruta flor, bruta flor” (Caetano Veloso)

Tantos quereres mais cabem em mim (ai, ai: viajar, doutorado, segundo filho, mega-sena...kkk). Eles se sobrepõem, roubam os lugares uns dos outros no ranking dos favoritos, brigam para se concretizarem primeiro... mas  percebendo a impossibilidade, permanecem acanhados numa esquina do pensamento, sonhando com o improvável.

P.S.: Mas o que eu queria, e queria mesmo, era escrever bonito que nem vocês!

domingo, 21 de março de 2010

Sob a fumaça dos sutiãs!

Na verdade eu acho que eles ainda estão meio perdidos, afinal, o que restou para eles?

As mulheres já eram rainhas do lar (sem o sentido pejorativo da expressão) e decidiram tomar contar do restante do pedaço.... Eles não são mais imprescindíveis como provedores, nem como chefes de família, nem como reprodutores.

Nas festas elas não esperam mais ser chamadas para a dança, escolhem e vão pegar, saem sozinhas para as baladas e podem ficar com vários na noite que não há nenhum arranhão em sua reputação; bebem, fumam e namoram em pé numa boa..... Ser separada não é mais vergonha e perder a virgindade antes do casamento não é desonra para a família...(tô falando de nós daqui)

Fica engraçado para quem tá de fora só observando. Na paquera da sexta, abrir a porta do carro é máximo, ele pedir a comida e pagar a conta sozinho rende muitos pontos, tem de chamar de querida e querer algo mais só depois do quinto encontro. Na paquera do sábado, se a abrir a porta é contra a independência da mulher e ela mesma tem o direito de escolher, pedir sua comida e pagar por ela, sexo é na hora que ela deseja e não venha me chamar de meu amor.....

Mudaram as regras do jogo e esqueceram de entregar as novas regras a eles.... Muitos tentar sobreviver nos extremos: uns totalmente panda (chegam a tornar-se urso polar) e outros cafajestes até o dedão do pé. Eles enxergam o que está em sua vista, é “sim ou não”, “preto ou branco”, “ceará ou fortaleza”.... Para nós existe a complexidade do talvez, aquele olhar que desdiz o que acaba de sair da boca e a necessidade de entender o porquê do porque do porque..... eu entendo que eles fiquem meio perdidos no meio disso tudo.

Acho que eles ainda estão meio zonzos sob a fumaça dos sutiãs queimados, sem saber ao certo qual rumo seguir.... Quando achar um que valha pena, dê uma mãozinha a ele e vá guiando-o no seu próprio caminho....

sábado, 20 de março de 2010

O Quereres

Em verdade, em verdade vos digo: o que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dara. Ate agora nao pediste nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja perfeita. (Joao, 16-23,24). Platao ja dizia que tudo que existe nao passa de uma palida sombra do que na realidade existe no mundo das ideias, ou seja, tudo que pode ser imaginado eh perfeitamente possivel.

Nao, nao sou beata nem filosofa. So acredito piamente que tudo que a gente quer, sente, pensa e fala se transforma em realidade. Nao a realidade de Platao, veja bem. A nossa, a mundana. As palidas sombras, que, venhamos e convenhamos, sao o que realmente interessam. Acredito tambem que a leveza de espirito, a alegria, a satisfacao do que ja se eh e tem sao cruciais nessa "magica". E eh isso que ta me atrapalhando meus quereres atuais. Ando afobadissima, intolerante, impaciente, critica ao extremo (nao me pergunte se aquela blusa marrom-sao-francisco com bolinhas lilases e mangas bufantes ficou bem em voce), nervosa, putissima com tudo, todos e principalmente comigo mesma. Nem eu to me aguentando, pipol. E o que eh que eu quero, voce ha de perguntar. Simples, eu quero que nossas coisas - minhas e do A. - fiquem todas num so lugar, arrumadas, ventiladas. Um lugar grande, amplo, espacoso, que de pra receber nossos poucos e selecionadissimos amigos para churrascos e banhos de piscina, quero ter o prazer de reclamar bem muito porque o copo d'agua estah a 20m e uma escada de distancia. Quero plantar minhas flores, minha mini-horta, ficar feliz so em saber que meus melhores amigos e meus afilhados estao ali, no quarto ao lado, saber que nossa amizade so vai melhorar, que nossos vinculos so vao ficar mais apertados ainda (se eh que eh possivel), cozinhar pra gente numa cozinha cheia de balcoes e ventilada, fazer competicao de quem estica as pernas fora d'agua mais retinho, por muito tempo, ateh os dedos ficarem enrugados. Quero paz, tranquilidade, alegria, felicidade. Numa casa feliz, cheia de vida e abencoada.

Em nome de Jesus.

Voce quer o que?

quarta-feira, 17 de março de 2010

Homem que é homem...

Homem que é Homem não usa camiseta sem manga, a não ser para jogar basquete. Homem que é Homem não gosta de canapés, de cebolinhas em conserva ou de qualquer outra coisa que leve menos de 30 segundos para mastigar e engolir. Homem que é Homem não come suflê. Homem que é Homem — de agora em diante chamado HQEH — não deixa sua mulher mostrar a bunda para ninguém, nem em baile de carnaval. HQEH não mostra a sua bunda para ninguém. Só no vestiário, para outros homens, e assim mesmo, se olhar por mais de 30 segundos, dá briga.
(leia mais...)

Luis Fernando Veríssimo


Miguel Paiva




... e ainda cabia muito mais! Como eu tenho 2 posts (kkk), no próximo eu escrevo de verdade.

Caba macho

Sabem o último pote meu “Eles não entendem?” A carapuça serve direitim pra mim! Sou danada pra classificar os seres do sexo masculino, dizer o que eles devem/não devem, podem, não podem fazer. É isso que vou fazer agora, deixando claro que é só minha opinião (ou seja, a verdade).

Sempre tive uma relação muito positiva com o masculino. Foi meu pai quem me ensinou a andar de bicicleta e a tomar banho de chuva. Foi ele quem me explicou que não adianta olhar pra trás quando a coisa “tá sem jeito”. E foi ele que me deixou com uma idéia megalomaníaca de que tudo vai dar certo. Meu irmão é um dos meus melhores amigos. E, fora ele, tenho grandes amigos do sexo masculino, nem todos do tipo que se atraem por mulheres. Enfim, sempre fui próxima, mas também uma xereta (simbolicamente falando) do masculino.

Apesar da minha curiosidade, sempre impus mais minha visão do que seja masculino, mais do que me deixei levar pela experiência. Explico: tenho uma concepção muito bem definida do que é homem. Quem não se encaixa nela... ih... mas não tô falando de orientação sexual. Conheço gays que são super ultra homens.

Ser homem é saber o que está fazendo, nas horas cruciais. Eu digo, cruciais, ou seja, sem contar quando eles dizem "sei o que estou fazendo" e não sabem mesmo! (kkkk só lembro um post da Lica sobre isso!). Ser caba macho é respeitar a mulher, e não tô dizendo isso só porque é politicamente correto, mas porque isso é másculo. Vamos concordar que nada mais heróico do que manter a paciência conosco na TPM.

Homem tem que ser charmoso e elegante, mas nunca, nunca fresco. Não significa que deva ser um Capitão Caverna. Mas ele precisa ser simples. Ou menos complicado do que nós. E o mais importante: tem que gostar de mulher. (Para os comprometidos, da sua, prioritariamente!) Para ele, nada mais gostoso, mais lindo, mais interessante, delicado do que uma (ou sua) mulher. Não quer dizer que o caba tem que se jogar aos pés dela(s), e viver só pra ela, não. Eca, eca. Isso não. Homem que é homem, é cheio de amigos, é trabalhador, gosta de futebol, carro, esportes radicais ou video game, o diabo, mas não pode achar essas coisas mais interessantes do que mulher. E... warning: não pode dedicar muito tempo se deliciando no espelho não.

Pra concluir: claro que o homem mais lindo do mundo é... é... o meu! Mas me digam aí gente, quem são eles pra vocês? Ou, mais chique: o que significa o masculino pra vocês?

Homem - substantivo masculino...

Homem - [Do lat. homine.]

Substantivo masculino

1.Qualquer indivíduo pertencente à espécie animal que apresenta o maior grau de complexidade na escala evolutiva; o ser humano. 2.A espécie humana; a humanidade. 3.O ser humano, com sua dualidade de corpo e de espírito, e as virtudes e fraquezas decorrentes desse estado; mortal. 4.Ser humano do sexo masculino; varão. 5.Esse mesmo ser humano na idade adulta; homem-feito. 6.Restr. Adolescente que atingiu a virilidade.7.Homem (4) dotado das chamadas qualidades viris, como coragem, força, vigor sexual, etc.; macho. 8.Marido ou amante. 9.Homem (5) que apresenta os requisitos necessários para um empreendimento; o homem indicado para um fim. 10.Um homem (5) qualquer; indivíduo, sujeito, camarada, cara.11.Soldado (6). 12.Aquele que, numa equipe de trabalho, executa ordens de seus superiores. 13.Zool. V. homo (1 a 3). [Fem., nas acepç. 4 a 6, e 8 a 10: mulher. Aum., nas acepç. 4 a 6: homenzarrão e homão. Dim., nas mesmas acepç.: homenzinho, hominho e homúnculo.]

Na musica e na poesia:

Um homem também chora
Menina morena
Também deseja colo
Palavras amenas
Precisa de carinho
Precisa de ternura
Precisa de um abraço
Da própria candura
Guerreiros são pessoas
Tão fortes, tão frágeis
Guerreiros são meninos
No fundo do peito
Precisam de um descanso
Precisam de um remanso
Precisam de um sono
Que os torne perfeitos
(...)Um homem se humilha
Se castram seu sonho
Seu sonho é sua vida
E vida é trabalho
E sem o seu trabalho
Um homem não tem honra
E sem a sua honra
Se morre, se mata
(...)

O meu homem:

Ele foi chegando de mansinho, quando eu percebi já tinha tomado conta de mim. Ele me faz sentir-se plena, amada, desejada, me faz sentir mulher. É sensível, doce, afetuoso e carinhoso, É o meu Dolphine, Rick, Bogart, Valmont, Tomas, Sonny, Hagen, Gable, Reth, Nino (e todos que a borboleta puder citar) porque ele é “meu”, é real. Podia ter vindo com manual, pra facilitar o dia a dia, mas o gostoso é a descoberta do homem ora forte, ora frágil; guerreiro e menino como narra Gonzaguinha, que tem suas dualidade de corpo e de espírito, e as virtudes e fraquezas como descreve Aurélio, o homem que eu amo do jeitinho que ele vem se apresentando pra mim e que não consigo mais ficar sem.

Obs: posso parar por aqui, ainda tenho direito de escrever mais tarde... rsrs

terça-feira, 16 de março de 2010

Morte ao Rosa!

Se for menina o quarto é rosa de florzinha, se for menino é azul com carrinhos. Menina faz balé e menino karatê. Fala sério!!!


Ai eu paro para pensar.... que faz isso ser deste jeito? Mulheres! Elas escolhem a cor do quarto, das roupas, indicam as brincadeiras, posturas e amizades adequadas, regram e podam e são as primeiras a apontar e punir quando alguma coleguinha tenta se libertar desta tirania..... Culpadas!


Eu sempre gostei da Barbie, de filmes de mulherzinha, de fofoca, de gastar as minhas 20 mil palavras diárias, mas eu também gosto de futebol, de correr descalça na rua, de resistir à dor até dar uma dor, de falar nome feio, de sentar de perna aberta, de arrotar quando bebo coca e vários outros comportamentos não “indicados” para meninas....


Não estou levantando bandeiras contra depilação, maquiagem ou banhos diários, mas a ditadura do rosa aliena demais. Não precisa decotão mostrando o silicone nem saber decorado todos os tipos de garfo e a ordem deles na mesa de jantar. Não existe a obrigação da pia dormir perfumada e a mulher já acordar de cabelos escovados.


Não precisa usar rosa, ser feminina para mim é dar conta de tudo ao mesmo tempo, conseguir sorrir e chorar por um mesmo motivo e amar incondicionalmente, só isso!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Tô na área.... Quem sou eu....

A pessoa é a única responsável por sua história. Fernando Savater , escritor e filósofo espanhol, já disse que não escolhemos o que nos acontece mas escolhemos o que fazer com o que nos acontece.... Tô com ele e não abro.

Sou uma pessoa na minha, gosto dos bastidores. Não gosto de me expor. Mas decidir aceitar o convite e estou aqui dando a cara a tapa (e às correções ortográficas).... O desafio fica ainda maior quando entro num grupo como esse... afinal não escrevo lindamente, nem poeticamente, nem nadamente (eu não escrevo). E também não leio (é, eu sou sincera, e me conheço). Não tenho a sutileza nas palavras, nem olhares diferenciados para as coisas do mundo e da humanidade, meus pensamentos são massificados mesmo, eu gosto de BBB para curtir e não para avaliar o impacto sei lá do que.... Então se me quiserem eu sou assim.... e escolhi participar....

Gosto de dormir. Gosto de ver as pessoas sorrindo, felizes, principalmente quando são as minhas pessoas. Gosto de presente. Acho que mais dar que receber.... Gosto de filme de mulherzinha, com final feliz (aquele basicão, sem a filosofia do que é a verdadeira felicidade). Gosto de ouvir a opinião das pessoas (não quer dizer que eu concorde, mas pelo menos fico com a chance de aproveitar alguma coisa que preste de cada fala). Gosto de comer (pipoca, camarão, peixe, massa, comida da minha mãe, cocada). Gosto de ajudar, sem me sentir usada. Gosto de rir e frescar (no bom sentido). Gosto de atividades em grupo. Gosto de TV. Gosto de foto (de gente, não de lugar). Gosto de esporte.

Em cada primeira vez, gosto de ler o cardápio todo antes de escolher meu prato (e demora), mas nas outras vezes já peço ligeirinho.... algumas vezes até me obrigo a provar outro prato pois gosto tanto do atual que não vejo tanta necessidade de outras opções.....

Voltando ao Savater, eu decidi que faço as escolhas da minha vida e tenho de arcar com as conseqüências delas. Então sempre busco entender o porquê das minhas escolhas. Planejar é importante, mas dou valor a executar. Acho que as pessoas deviam ser sabidas o suficiente para pensar na sua vida, nas suas escolhas e nas conseqüências. Nem é engessado, você pode escolher hoje e mudar amanhã, arcando com as conseqüências, claro....

Uma das escolhas que fiz foi ser feliz (com toda a breguice e sem toda a profundidade que isso tem).

Escolhi minhas amizades (que tento manter a uma distância estilo porco espinho no frio), escolhi ser Flamengo, escolhi minha faculdade, escolhi minha profissão, escolhi minha morada, escolhi casar (achei que seria mais feliz com ele que só ou com outro. Por enquanto tá valendo), escolhi meu emprego, escolhi mudar de emprego mesmo sendo feliz lá no outro, escolhi engordar (não assim tão diretamente, mas sei que com minha alimentação e sem atividade física.....), escolhi o padrão de vida que quero ter (tudo tem de ser compatível, nada de carro de luxo e roupa de marca sem ter o do leite dos meninos - que ainda estão por vir), escolhi ser cumpridora de compromissos. Ah, não escolhi minha família (esta ganhei de presente de Deus), mas como me relaciono com ela é escolha minha....é como é bom.....

Tenho consciência de sempre fui uma privilegiada. Acho que Deus tem uma certa preferência (sim, acredito em Deus).

É para fazer uma auto retrato......Quem eu sou? Eu sou o quê eu escolher.....

Os homens da minha vida

Parte 1

São muitos. Eu gosto de homens, embora reconheça que a fabricação é falha, a conservação é cara e o retorno é insuficiente. Mas gosto. Não garanto tratar nem dos mais ilustres, nem mesmo dos mais gostosos, inteligentes ou duradouros. Mas passearei apenas com os mais memoráveis. Afinal, se estão aqui é porque me lembrei deles. Sobre esse assunto, então, poder-se-ia dizer como em Casablanca: reúna os suspeitos de sempre.

Dolphine. Ele é o cara. Tempestuoso e fora de época. Homem de mãos grossas e rápidas, pontaria exemplar, heroísmo físico, ele sempre atira pela frente. Um valente e seu código de honra. É doloroso vê-lo esgueirar-se na sombra em nome de um Nome que precisa ser instituído. E, das sombras, ele deixa a mulher ir-se. Um homem de surpreendente e silencioso sacrifício. Homem da minha vida pela sua solidão que tem meu nome gravado e ele não soube dizer. Melancólico amor o que devoto ao que se exime de ser feliz. Dolphine é Wayne e todos os seus rudes quase-heróis de coração tão terno e irônica forma de lidar com a morte. Intransigente. Másculo. Confiável. Não muito sagaz para as coisas do coração. Mas bom, na sua medida de bondade. Ele é capaz de matar, mas é capaz, também, de morrer. E o faz, vezes e vezes, pela coisa certa. Ele é o amor dos grandes embates, aquele que me carrega no colo, amor pra lembrar a vida toda, pra me gabar que teve um homão desses chorando e querendo.

Na leva dos homens que deixam a mulher ir-se, é claro que há o Rick. Sim, sempre teremos Paris, Casablanca e qualquer outro canto em que se possa beber um uísque e fumar. Mas, diferente de Dolphine/Wayne, ninguém, mas ninguém mesmo, vai pensar em um Rick/Bogart vivendo e morrendo sozinho depois que a loura parte com o Sr. Certo. Bogart, sozinho? Ora, não me faça rir. Deliciosamente cínico. Aliás, se não for incomodar ninguém, vou transcender de Rick para Bogart completo. Não por acaso ele era conhecido como o homem do século passado – gosto mesmo de coisas fora do tempo. Ele era um hedonista da mais fina lavra. Humor rápido e doloroso. Sim, eu poderia ser sua Baby, eu atenderia a todos os assovios. Porque é claro que ele sabe assoviar. Ele é o amor da sexta à noite, dos dias que se confundem com as noites e com os novos dias. Ele é o amor da palmada na bunda e do pega mais uma cerveja. Mas quando ele olha, ele realmente olha, e eu sei que sou especial e sexy e inteligente.

No quesito safadeza, oscilo entre Valmont e Tomas. Valmont sai na frente pelo charme de Malkovich e a parceria com a Marquesa. A beleza de se amar quem lhe constitui é que se pode enaltecer o que não se aceitaria. Mas, continuando. Recordo a primeira vez que o vi. Sua preparação para a beleza deixou minhas pernas meio bambas e a cabeça rodando. E quando ele andou e se recostou no sofá quase encostando a cabeça nos peitos da mulher, assim, como quem não quer nada, já querendo tudo, pronto, resolvido, eu dou, eu dou. Ele morre. Gosto de homens trágicos e ele só não fica perfeito porque, embora morra pela mulher certa, morre pensando que está morrendo pela outra. Os homens às vezes erram de lugar. Acontece. Valmont é o amor das noites insones, dos suspiros entrecortados, dos desejos de só dessa vez. Creio que no quesito só essa vez ele é insuperável. Aí tem Tomas que, de forma sabiamente dita pelo Kundera, ninguém sabe se é um romântico que age como devasso ou um devasso travestido de romântico. Interessa? O que interessa é que mesmo de longe, basta dizer: tire a roupa. E a gente tira. Tomas gosta de metáforas, ele sabe que é lá que o amor habita. E foge delas enquanto pode. Tomas conhece os desejos femininos, ele só desconhece o próprio desejo. Ou ainda, se desconhece no que deseja. Tomas é forte (e eu adoro homens fortes...), mas precisa tanto da mulher. Das mulheres. Isso me enternece. Tomas é o amante a ser redimido. Dói, demora, mas saber-se amada por ele é de uma tal alegria.

Aí tem os Corleones, claro. Amo vários. Posso? Como não amar a impetuosidade de Sonny (sem falar nos seus outros excessivos atributos tão afamados...)? Como não ansiar pela paciência, sagacidade e constância de Hagen (ele também um Corleone em tudo que interessa)? Como não desejar o desejo de Michael, sua inteligência, coragem e firmeza diante do que tem que ser? Mas o mais amado, o da vida toda, aquele por quem eu iria à missa todas as manhãs, é mesmo o Don. Alguém que consegue morrer dizendo “a vida é tão bonita” merece meu devotamento e admiração. Mas não é só isso. A aura de força, calor, entusiasmo. A certeza. A audácia. E a fala precisa. Homem não deve falar muito, mas quando fala tem que ser pra ser ouvido. Esse é uma amor sem poréns nem entretantos. Até porque o Don vem encorporado em Brando de quem eu já disse uma vez: Eu tinha boas intenções. Mas, convenhamos, é só olhar pra ele que as intenções boas se retiram apressadamente e ficam só as outras. Ele não é meu tipo. É o tipo de todas as mulheres.

Tipo meu, mesmo com a fama de mau hálito e tudo, é o Gable. Em tudo e por tudo eu arranjava jeito de ficar com ele. Aquele sorriso de canto de boca...ai, meus sais! A mais perfeita encarnação de semvergonhice com dedicação amorosa é Reth. Quem não gostaria de acordar de um pesadelo em Nova Orleans nos braços de Reth Butler? Eu quero, eu quero! E ser pedida em casamento no meio de um luto com a promessa de diversão (=sexo bom, muito bom)? Eu quero, eu quero! E feito objeto de luxo ser leiloada por ele apenas pelo prazer de chocar? De novo, de novo! Até a promessa de ter a cabeça espremida pra tirar o outro de dentro tem um desespero amoroso tocante. Gable é meu amor na noite escura, o amor que a gente só vê no quase depois e lamenta e chora.

Tem o Nino também. Não dá pra não aceitar, com ou sem casamento. O jeito que ele olha. Ai, pausa para suspiros. Um homem que sabe amar e sabe a quem amar. Uma raridade. Um homem que sabe que não há amor sem desejo e que sabe, também, o que há para além do desejo. Um homem que vê ontem, hoje e amanhã na mulher e ama tudo ao mesmo tempo agora. Um homem que ama a beleza, mas que vê beleza sempre na amada. Um homem que sabe elogiar. Eu amo esse homem simples, o homem do passa o sal, o homem de se andar de mãos dadas, de sair pra dançar, o homem do pijama de algodão, aquele que beija antes de escovar os dentes. O homem que escreve uma poesia pra mulher amada, mas no papel de embrulhar pregos. Nino é o amor das certezas, das noites bem dormidas, do almoço de domingo. E é, também, o amor da viagem inesquecível pelas ruas de qualquer lugar - mas de preferência que seja Roma...

Porque em Roma eu encontro e chamo Marcelo. E haja água espirrando! Tem também o Ross, quando eu quiser assentar a cabeça e formar família sem perder o senso de humor. E o Harry que sabe ser amigo, e qualquer Allen que é feio paca mas bem pode ser meu Sherazade, o Bond do Connery que faz a perna tremer com uma mera apresentação...Mas se for pra escolher só um, um mesmo (que dureza!), hoje fico com Mr. Darcy. Sem orgulho e sem preconceito.

Como só tenho direito a um post, é isso que tenho a dizer sobre esse assunto. Agora, se quiserem outras versões, partes 2 e 3, outras histórias...aí tem que mudar as regras, hehehe.

sábado, 13 de março de 2010

Colher de chá de miolo de pote

Homens. Quem são eles pra gente? O que queremos deles? O pote que proponho não tem formas curvilíneas. A idéia é abrir nosso querido ponto de encontro pra dar uma colher de chá de miolo de pote pra eles. Nessa semana, que continuo achando que só começa amanhã (pequeno recado para borboleta que é gulosa por pote), muita água vai rolar.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Qualquer semelhança é mera coincidência...





































Mulheres: eles não entendem...

Mentira. Tem os que entendem sim, porque não querem explicar. Os poetas, e todos os homens que amam+são amados, especialmente os nossos amados (claro, tinha que puxar a brasa pros nossos sardinhos!) Mas parou neles. Tem aqueles que começam a querer explicar... aí dá merda, na certa.


Nesse pote, exponho meu rigoroso lado pesquisadora (vocês, Borboleta mais ainda, sabem que ando inspirada), que resultará no meu mais refinado e fresquinho miolo. Mostrarei porque dá merda quando o homem tenta explicar a mulher. Considerei como universo da pesquisa os blogs escritos por homens que acabam tocando nessa temática: mulheres. Como amostra peguei os blogs que acompanho (e, claro, adoro ler) ou apenas aqueles em que estive de passagem, e que estão nesse universo aí.


Bom, concluí que existem os adivinhos, os prescritores e os empreendedores. Os empreendedores geralmente são prescritores, e são sempre adivinhos. Os prescritores sempre são adivinhos e nem sempre empreendedores. Os adivinhos podem ser só adivinhos mesmo. Mas o que eles têm em comum é que sempre acabam concluindo shit.


Os adivinhos fazem tentativas ótimas. Mulher se derrete ao ganhar rosas, chocolate e urso de pelúcia. Mulher gosta mesmo é de um presente que seja caro. Mulher gosta de peito de homem depilado. Mulher gosta de homem que repara no vestido novo dela. Mulher gosta é de dinheiro, é de jantar num bom restaurante, passear de carro, e depois ir pro quarto mais caro do motel. Mulher gosta de ganhar “loucuras de amor”, adora receber mensagens criativas, exemplo: “rezaria 1/3 pra achar 1/2 de conseguir um 1/4 do seu amor”, e tele-mensagem.


Alguns não se contentam apenas com a tarefa de adivinhar o desejo feminino. Apresento-lhes os prescritivos. Passam a dizer como as mulheres devem ser: mulher tem que ser é difícil. Mulher tem que ser é fácil. Mulher tem que ser é danada. Mulher tem que ser é quieta e recatada. Mulher tem que ser é falante. Mulher tem que ser é calada. Mulher tem que "se valorizar". Mulher tem que se dar. Mulher tem que esperar. Mulher tem que ir é atrás.


Por último, existe o empreendedor, o mais avançado na matéria. Ele cria um complicado sistema de compreensão, em geral com teor prescritivo, mas sempre descritivo de várias de suas adivinhações. Vejamos um exemplo que eu mesma elaborei, mas que não deixa de ser representativo: A mulher gosta do homem que elogie seu cabelo, use perfume Azzaro e camisa de botão. Por isso, mulheres, falem muito, rachem a conta no final, saibam uma língua estrangeira, gostem de filme cult e façam-me carinho na parte de trás do pé. Mais ou menos nesse modelo.


Todos são bastante ambiciosos na tentativa. No início eu disse que quando tentam explicar, dá merda. Mas não acho que deveriam desistir. Não, não. Deveriam continuar sistematizando, explicando, adivinhando. É no mínimo divertido!


Ah, esqueci do outro tipo. Pode ser um ex-adivinho, ou ex-empreendedor. O importante é que esteja desenganado com tentativas frustradas de explicação, e que finalmente se entregue: mulheres, não consigo entendê-las!

segunda-feira, 8 de março de 2010

Para os que tem paciência...

Em sua Elegia, Caetano avisa logo: como encadernação vistosa, feita para titibas (ôpa, iletrados) a mulher se enfeita, mas ela é um livro místico e somente a alguns, a que tal graça se consente, é dado lê-la. Assim, este post é para letrados. E pacientes. Porque é grande paca. Também, alguma desavisada vem com um tema assim, avassalador e, além do mais, só tenho direito a um post (reclamarei sempre). Ele é (o texto), além disso, muito mais uma coletânea de coisas vistas e escritas do que material, como direi, inédito.

Ser mulher é delicado. Exige concentração. Planejamento. Não é algo dado. Escrever também não é nada fácil. Demanda entrega e precisão que às vezes nos escapa. Imagine se ocupar das duas coisas. A gente sofre. Rala. Ama. Ri. E tenta. Tenta agradar e ser autêntica. Tenta ser acolhida e viagem. Ser mãe e amante. Ficar e partir. Tenta acertar pra fazer tudo ficar bem. E tenta errar pra não estar sempre com a razão e diminuir o amado. Tenta, como diz Clarice, escrever, porque é preciso, mas sem esmagar as entrelinhas.Tenta mudar sem perder o que é sua própria essência, que não existe, porque a essência só é na medida da existência. Ser mulher é submeter-se por amor. E só por amor. É saber-se pescoço e se divertir com isso (casamento grego, quem já viu, entende...). É ir de princesa a bacorinha sem pestanejar. É ser porto e lenço. É não ser nada disso e ser outra coisa que é imprescindível pra alguém - ela mesma. Ser mulher não tem forma, regra nem modelo. Só indícios. Salto, batom, sutiã. Colar e brinco. Sim, ser mulher é brincadeira. É um a mais, depois de aprender a ser falante. É uma máscara do nada, mas que lindo é poder ser um pouco de cada vez. A cada mês. Ser mulher é ser lua, às vezes cheia às vezes minguante, vazante. Ser mulher é ser noite escura, mistério e terror. É não poder dizer, nem escrever. É saber-se em falta (nos dois sentidos). É ter todos os sentidos e mais alguns. Ser mulher é delicado, embora nem toda mulher o seja. Ser mulher é ficar feliz como eu estou e, ainda assim, não esquecer a possibilidade da tristeza. É não esquecer Vinícius:uma mulher tem que ter qualquer coisa de triste. Qualquer coisa que sente saudade. Um molejo de amor machucado... Ser mulher é ser uma mulher. É ser uma. Única. Ser Rebecca. Ser Gilda. Bonequinha de Luxo.De qualquer maneira. À sua maneira.

E pensando nas águas que já rolaram vieram pensamentos sonâmubulos:

Para Aline: Alice (no país das maravilhas), Baby (Consuelo), Carmem (de Bizet e de Callas), Doida demais (Vera Fisher), Eva (óbvio), Funny Girl (além do filme, é importantíssimo ser alegre), Gilda(essa sim a mulher inesquecível) e de Graúna (desculpa, aí), Hilda (furacão, terremoto, tempestade), Ismália (na torre a chorar), Jezebel (Bette e seus olhos), Lizza Minelli (afinal Cabaret é tudo de bom, né?), Marquesa de Merteuil (não é minha culpa), Norma Rae (ia ser a Noviça Rebelde, mas fiquei com rebeldes de qualquer tipo), Olga ( e sua coragem), Piaf(non, je ne regret rien), Querida (que é como chamamos aquelas de quem não lembramos o nome mas não queremos desagradar), Rosa (de Luxemburgo ou a do Chico que arrasa os projetos de vida ou ainda a que é divina e graciosa), Sissi (ia ser p de princesa, mas não dava pra ficar sem Piaf), Teresa(e Tomas, claro), Ursula Andress ( e sua entrada/saída do mar estilo deusa), Virgínia Woolf (quem tem medo? Eu não), Xica da Silva (iiihhh, achou que eu ia ter que colcoar Xux, não foi?), Zepellin que queria a Geni (eu tinha que colocar Geni, mas não dava pra tirar a Gilda, né?)

Para Liana:
Foi assim
Todo o mar que eu via
se precipitou logo no meu coração
que é de sal
(Sebastião Alba)

Para Dani: Vinícius também tem uma receita...aqui vai parte dela:
(...)É preciso que tudo isso seja belo. É preciso que súbito tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora. É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços alguma coisa além da carne: que se os toque como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos entãonem se fala, que olhe com certa maldade inocente

Para Aninha:

As we come marching, marching in the beauty of the day,

A million darkened kitchens, a thousand mill lofts gray,

Are touched with all the radiance that a sudden sun discloses,

For the people hear us singing: “Bread and roses! Bread and roses!”

As we come marching, marching, we battle too for men,

For they are women’s children, and we mother them again.

Our lives shall not be sweated from birth until life closes;

Hearts starve as well as bodies; give us bread, but give us roses!

As we come marching, marching, unnumbered women dead

Go crying through our singing their ancient cry for bread.

Small art and love and beauty their drudging spirits knew.

Yes, it is bread we fight for — but we fight for roses, too!

As we come marching, marching, we bring the greater days.

The rising of the women means the rising of the race.

No more the drudge and idler — ten that toil where one reposes,

But a sharing of life’s glories: Bread and roses! Bread and roses!

James Oppenheim, 1911


Pra mim mesma: ser mulher é ser essa menina, essa mulher, essa senhora (...) essa menina pode ir pro Japão, na vida real você é quem enlouquece...se puder esqueça a menina que você seduz (...) mulher que nega tem uma coisa de menos no seu coração (...) a vida é mulher, mulher é a vida, toda mulher é mulher da vida (...) porque um dia já tive Vinícius(s) que leram pra mim para uma menina com uma flor