segunda-feira, 14 de março de 2011

Pelo Avesso

Está chovendo em mim e eu gosto. Às vezes sou assim, pelo avesso. Eu sou assim: um amontoado de palavras. E não sou só as letras. Nem os sentidos. Perdi-me nos papéis. Preste atenção, mas não vai entender mesmo assim. Mas fixar o olhar ajuda. Sou quebra-cabeças incompleto, sem as peças do meio. Nem das pontas. Pelo avesso. Seca que assusta, doce que enjoa. Leve que não se alcança, pesada que não se carrega. Difícil de entender. Sou teimosa, muito. Sou boba. Deslumbrada. Sou clichê. Sou sem freio, sem porteira, sem limite. Pelo avesso, já disse? Tenho cadeados, tenho chaves e trancas, mas deixo todas as portas e janelas escancaradas. Sou feita de urgências. Tenho pressa. E fico parada, na varanda, vendo o mar em imagens do que não há. Não sei escapar de mim, nem quero. 
Sirvo café aos meus fantasmas e passamos as noites em claro. Eu os assombro com as perguntas que ainda vou inventar. Sou fácil se você me alcançar. Receio os primeiros contatos e são sempre últimos. Isso, quando não são pra vida toda. E sempre são. Não me sei sã. Pelo avesso.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Carta aberta a uma borboleta

Natal é bom. Aniversário é bom. O presente chegando e a gente sabendo que ele vem. Você foi esperta, encomendou os seus. Tal como uma amiga tua, começou a espalhar aos quatro ventos: “meu aniversário vem chegando”, não deu brecha pra ninguém esquecer. Mais abusada ainda, pediu. Gentis como seus amigos são, vieram lindos, alegres, entrecortados, melancólicos e doces. Vieram abundantes e transbordantes, combinando com a aniversariante. Apesar da minha trégua na internet, cheguei e li tudo. Foi um presente pra mim também.

Mas o inesperado também é bom. Aquela lembrancinha que vem do lugar mais improvável: como um post de uma irmã que não é muito chegada às palavras – ou elas que não são chegadas à mim... (lembra da minha insônia de letras?). Pois é, enrolei pra dizer que daqui também vem uma lembrancinha.

Passo o ano ao teu lado. Somos irmãs e vizinhas. Trabalhamos juntas, as salas dividem uma parede. Além de paredes, dividimos alegrias, dividimos contas. Rimos juntas cada vez mais e brigamos cada vez menos – cortesia das nossas idades, creio eu. Apesar de toda a proximidade, agora eu sinto. Sinto não estar perto de ti na alegria do teu aniversário. Eu até poderia te abraçar na segunda-feira, mas... eca, a magia vai ter passado.

Embora a embalagem seja surpresa, o conteúdo é conhecido: te amo, te admiro. Apesar de (em letras garrafais).

Rimos juntas cada vez mais...

Feliz Aniversário!  

sábado, 5 de março de 2011

Bom carnaval!

Boa diversão, muita alegria, muita farra a todas as mioletes!