terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Quando crescer? Lorena, ora!!!

Já faz o maior tempão que só cresço pros lados.
O que é um saco, diga-se de passagem.
Mas sempre que ouço essa frase sobre o que vou ser quando crescer volto à minha infância.
Certa vez minha resposta foi "Acho que vou ser só Lorena mesmo".
Daí todo mundo ficou rindo de mim e eu não entendi porque.
Passei um bocado de dia a pensar sobre isso.
Ora, o que mais eu deveria ser além de mim mesma?
Nunca mais esqueci desta resposta, porque também me fizeram lembrar dela diversas vezes durante anos, sempre como uma gracinha de criança. Mas acho que eu acabei levando a resposta a sério, sabe!
Porque não tenho muitas pretenções além de ir vivendo a vida como ela vai se mostrando pra mim.
Sendo sempre eu mesma, uma eu mesma que muda, e por isso mesmo é eu mesma.
Não tenho a menor vontade de ser ninguém, nenhum personagem, nenhum ator, nenhum poeta ou cantor, nada, nadinha.
Ser Lorena mesmo já tá de bom tamanho.
Mas teve uma outra época ,um pouco mais velha, que eu dizia que ia ser aquelas mulheres que botam cartas e sabem da vida das pessoas.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Mamãe enlouquecia com isso, eu dizia que ia ser cigana, e jogava paciência fingindo que tava botando as cartas pra alguém. Cheguei uma vez a enrolar uma tia avó minha que acreditou que eu previa mesmo o futuro.
kkkkkkkkkkkkkkkkk
Foi motivo de carão e tudo, porque eu enrolei a coitadinha.
kkkkkkkkkkk
Mas me diverti.
Isso num durou muito não.
Rapidinho voltei a ser Lorena mesmo.

Mas...

E se eu não crescer mais? ... Dentre as minhas opções, creio que essa é a hipótese mais plausível. Eu já cresci o suficiente (fisicamente, já estou na decrescência: emagrecendo e encruando*...), e não creio que vá me tornar “mais adulta” do que já sou.

Nesse crescer, me tornei antipática e anti-social (assim diz meu “Nino”).  Não saio conquistando nem sou facilmente conquistada. Gosto dos velhos amigos, muito embora não cuide bem deles. Confesso, fiquei meio rabugenta: nem internet eu uso mais...  Mas aqueles raros que conseguem ultrapassar o espinheiro que me cerca, esses sim, têm meus sorrisos e meus gracejos. Não, não são de muita valia, mas são de coração.

Assim, se eu pudesse escolher e crescer mais um pouquinho, eu queria poder crescer sendo um pouco mais do que eu era, juntando um tiquinho da capacidade de congregar da Pipoca, um punhado do chamego com as letras da Borboleta, e uma ou duas colheres de sopa da perspicácia do meu irmão. Ainda nessa receita, os dotes multiuso da minha mãe e a sábia paciência do meu pai. Do meu pequeno, o riso: a capacidade de rir de tudo e sair num andar meio dançado, despretensioso e feliz.


*É verdade, eu juro... Já perdi mais de 1 cm de altura e um número de sapato. Assim, cuidado onde vocês pisam, qualquer dia podem pisar em mim.

Quando eu crescer, quero ser Amélie Poulain...

Quero extrair o prazer das coisas minúsculas. Quero maquinar e traquinar. Sonhar, chorar, fazer amigos (mesmo os inusitados) e compartilhar minhas esquisitices com eles. 

Quero jogar pedrinhas no rio e arranjar uma fórmula mágica para fazer meu pai (minha mãe) viajar.. Beijar a ponta dos lábios do meu Nino Quimcapoix e saber que ele vai beijar os meus a seguir. Quero a dramaticidade e engenhosidade que só a mente feminina sabe alcançar. Quero vento no rosto, quero corpo no corpo.  


E quero uma trilha sonora linda dessas, só pra mim...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Meu Tempo é Quando

Para Rita,
que já cresceu.

Quando eu crescer, usarei chapéus. E lenços no pescoço. E, até, laços de fita em dias de mais cor. Quando eu crescer terei sapatos vermelhos e sonhos azuis e na casa da minh'alma terá um gato chamado Smile que nunca deixará minha angústia sozinha. Quando eu crescer tomarei sorvete com colherzinha vendo cinema nas calçadas e admirando toda gente de bengala. Quando eu crescer serei Senhora e saberei dizer obrigadas e fazer mesuras. No tempo desse quando haverá belezas e bondades e eu nunca mais precisarei dizer que a coisa mais fina é gentileza, porque todos concordarão em ipis e hurras. Quando eu crescer andarei de mãos dadas, com ele ou comigo, e saberei que não faz diferença, somos sempre sozinhos, e isso não me trará lágrima nenhuma. Quando eu crescer, esta solidão, tão grande e tão minha, será habitada pelo amor dele e em dias de ser pequena eu ficarei miúda em sua mão, em seu colo, e saberei a beleza de não ser grande sempre. Quando eu crescer tomarei banhos de chuva até em tempos onde chuva não há e dançarei as músicas que eu inventar. Quando eu crescer meu filho dirá não e sim nas horas certas dele e eu terei a paciência de quem disse sim e não nas minhas horas, certas ou erradas. Ah, no quando do crescer, haverá mar por todos os meus lados, inclusive do lado de dentro. E haverá amigos a rir de eu viver tão em rubro e usar papel toalha quando eu suar vermelhas dores. Quando eu crescer viverei sempre com o coração na mão, sangue nos olhos e o juízo nos pés. Quando eu crescer, saberei o que tiver que saber e saberei que o principal não é saber. Quando eu crescer terei rugas e saias rodadas, quando eu crescer brincarei de andoleta e darei língua e dormirei encolhida em um abraço. Quando eu crescer terei olhos enormes pra ver melhor e saberei histórias de chapeuzinho para netos, filhos e pais, que todos gostarão de vovozinhas saindo das barrigas de lobo. Quando eu crescer trarei saudades no útero e darei a luz a memórias que farão companhias umas às outras. Quando eu crescer não saberei de relógios mas de frutas suculentas, noites estreladas e outras formas do tempo se dizer pronto. Quando eu crescer saberei escrever nas peles e nos olhos e nos afetos e minhas letras serão eu. Quando crescer, recitarei, solene:

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

Quando eu crescer...

Ah, as águas deste pote eu já derramei. Quando eu crescer quero ser ela. Mas como sei que não vão aceitar esta resposta (e como faz tempo que ninguém regula as minhas postagens semanais porque, né, ninguém tá derramando nada por aqui mesmo) eu já já respondo a mesma coisa de forma diferente...

O último mute

Tá, só pra eu não perder o fio da meada vou voltar ao mute rapidinho.
Passei a semana pensando no mute,
mas num tenho idéia!
Num costumo usar não.
A não ser quando tô assistindo tv e o prefeito liga.
Aí num tem jeito, mute nao filme.
Mas agora que sou uma mulher moderna, com direito a sky HD posso dar pause, bem melhor.
Num perco mais é nada.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
bjim a todas

Vamos mudar de assunto?

Os botões já deram sua pauta. Já calaram-se, já decretaram-se.
Meu período de silêncio acabou!
E agora, o que falar?
Já dissemos de nós aos outros (cunhados, irmaos, amigos, heróis), já passeamos pelas letras, pelo Tempo, pelos desejos, pelos lugares...
O que falta nesse pote?



Quando eu crescer quero ser...

esse é o pote da semana!

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sobre botões

Sobre o assunto botões eu gosto mesmo é da música do Roberto Carlos, mas parece que o tema é outro, então...vamos a ele. Os botões. São os tais que fazem e acontecem no filme Click e que o uso de um deles foi genialmente exemplificado no blog delicioso Caracteres com Espaço. O botão skip intro já teve minha total adesão. Quantas vezes eu quis pular todas as preliminares verbais e dizer: tá, você vai me beijar agora? O botão mute, como se sabe, veio quebrado no meu controle. Eu sou verborrágica e curiosa, tanto não paro de falar como não quero que parem. Lamentável. Um botão que eu queria ter em algumas conversas era o Subtittle, pra pôr legenda em certas falas. Saber o que é mesmo que a outra pessoa está dizendo e não só o que eu estou entendendo do que ela está dizendo. Outro botão útil é o REW, afinal há tantos momentos bons que eu queria voltar um pouquinho pra ver. Para os momentos bons também se pode usar o PAUSE, esticar o prazer do instante. E, quando nada estiver dando certo, sempre se pode usar o bom e velho STOP e partir pra outros botões. Aqueles, da blusa

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dei um mute na net

Mioletes,

pra quê ocultar o que está explícito? Dei um mute na net. Email, blogs, facebook... fiquei off total. Sei lá, muito menino, marido e mudança na cabeça. Dei mute na universidade também. Era pra ter voltado das férias, mas ainda não voltei à rotina. Fazer o quê, vou gozar um pouco da má fama dos servidores públicos... (não que não esteja trabalhando, só não estou pisando na minha sala).

Mas estou aumentando o volume gradualmente, pra não assustar ninguém. Semana que vem vocês vão me pedir pra eu me calar...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Meu botão mute


Instigada pela nanica, pensei, pensei, pensei...
Não decidi.
As vezes queria o mute na política, outras o mute seria pra programas que banalizam a figura feminina, outras quando toca as duplas sertanejas...
No meio dessa indecisão acho que o mute seria pra mim. Sabe aqueles dias que vocÊ queria não ter que dar nenhuma palavra?

Hoje!

Meu dia de silêncio...




obs: o marcador deveria ser Eu preciso de silêncio!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O botão mute

Achei uma graça o skip intro em conversas. Aí lembrei o botão mute. Por exemplo, um dos assuntos numa conversa que me fazem apertar o mute automaticamente é futebol, time, jogador, torcida, etc, as mioletes sabem bem disso. A boca da pessoa fica só mexendo, ou na melhor das hipóteses, a voz da pessoa fica bem baixinho no fundo e eu pensando miolo de pote bem alto! Kkkk
E vocês, que tipo de miolo de pote faz vocês apertarem o mute?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Tá danado!

Digam se não é sorte demais: eu e meu bem acertamos o passo, a gente dança forró coladinho, arrochadinho, danadibom! Justo forró, a melhor dança do mundo!
Lembrando a Borboleta, nada me faz mexer os quadris tão instintivamente. Certo que eu e ele bem que poderíamos desenrolar um samba, um tango, uma salsa, um bolero... mas o acerto no forró já tá mais que bom.
Uma das coisas que mais adoro no forró é que toda canção, mesmo aquelas com o tema triste, me despertam alegria, bom humor...
E tem mais... tem a sanfona... que instrumento! O som é muito lindo. O tocador tem que controlar o fole, o teclado e os baixos (não sei se disse certo). E tem uns que ainda cantam, com uma voz que, ai meu padim Ciço, é tudo de bom! E, como certa vez disse a Borboleta, além de fazer todas essas coisas ele ainda tem que curtir a música. E que curtição!
Meu xodó chegou de viagem hoje, e no clima de matar as saudades, lembrei dessa:

Se a gente lembra só por lembrar
De um amor que a gente um dia perdeu
Saudade entonce assim é bom pro cabra se convencer
Que é feliz sem saber pois não sofreu

Porém se a gente vive a sonhar
Com alguém que se deseja rever
Saudade entonce assim é ruim
Eu tiro isso por mim
Que vivo doido a sofrer

Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz doer
E amarga que nem jiló
Mas ninguém pode dizer
que vivo triste a chorar
Saudade o meu remédio é cantar

Molinha

Há coisas óbvias que me deixam molinha: cheiro no cangote, cafuné, cerveja na praia, massagem nos pés, dançar juntinho. Há canções e filmes que fazem isso de forma também evidente, quer dizer, você escuta  "amor vem me tirar da rede, amor vem me tirar a sede" e já sabe exatamente do que se trata né?

Mas há coisas outras que parecem ter conexão direta e não explicável com meu corpo. A voz do Wilson Simonal é uma dessas. Eu escuto a voz do Simonal primeiro nos quadris. Quando começa a cantar/falar/sussurrar, o que seja, já dá vontade de balançar o corpo, de remexer, requebrar, já fica tudo mais morno, mais certo, mais pronto. E não depende da letra da música, não depende mesmo. Não precisa ter nenhuma insinuação de sensualidade, não precisa ter duplo sentido, não precisa ter promessas. Só precisa a voz e meu corpo já se faz carne. Como na canção Sá Marina...é começar e já me dá vontade de rodopio, de ficar tonta, de cair em abraços.

Ele tem ritmo, suingue, molejo, sei lá o termo pra dizer que sua voz ultrapassa as avaliações bonita/afinado/intenso ou qualquer outra definição que não leve em consideração isso: o corpo responde. Ouvir Simonal não é uma experiência estética, apenas, é uma vivência intensa e física.

E é sempre assim... escuto Samarina e fico molinha, molinha. No ponto. Já escutou?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

No Ritimo do Samba

Quem não gosta de samba bom sujeito não é
É ruim da cabeça ou doente do pé
Eu nasci com o samba, no samba me criei
E do danado do samba eu nunca me separei
Dorival Caymmi



O meu coração hoje tem paz
Desilusão ficou pra trás
Eu encontrei um grande amor
Felicidade enfim chegou
Como brilho do luar
Em sintonia com o mar
Nessa viagem de explendor
Meu sonho se realizou
Wanderley Monteiro

É água no mar, é maré cheia ô
mareia ô, mareia
                                                                                   É água no mar...
                                                                                                             (...)
                                                                                                                Um dia morena enfeitada
De rosas e rendas
Abriu seu sorriso moça
E pediu pra dançar.

A noite emprestou as estrelas
Bordadas de prata
E as águas de Amaralina
Eram gotas de luar.
Romildo S. Bastos / Toninho


Sonho meu, sonho meu
Vai buscar que mora longe
Sonho meu
Vai mostrar esta saudade
Sonho meu
Com a sua liberdade
Sonho meu
Ivone Lara e Délcio Carvalho


Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã,
Se eu perder esse trem
Que sai agora as onze horas
Só amanhã de manhã. 
Adoniran Barbosa

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Bora Bailar

Esse tema lembra muito meu trabalho!!!
Levo baile de uma ruma de gente!!!
kkkkkkkkkkkkkk
As vezes dou uns bailes também, num vou mentir porque tenho medo de ir pretinha pro inferno!
Mas é assim mesmo, a gente tem que seguir o ritmo direitinho, quando tá na baladinha tá bacana
Daí as vezes rola assim um bolerão clássico que eu adoro, ou um bate estaca que de qualquer jeito tá bom!!!!!!
Agora, as vezes vem uns ritmos mais calientes, umas rumbas, umas lambadas ou até um Zug.
Aí pode é rebolar!
Uma louca!!! Vai dar conta pra ver!!
Infelizmente as vezes tudo acaba em tango!
Se é que vocês me entendem!!!
Ainda bem que muito acaba em samba também!
No fim eu sou uma mulher de sorte.
Adoro dançar!
Enrolo qualquer ritmo!
Então vou escapando!!!
kkkkkkkkkkkk
O problema é que tô contundida!!
Problema de junta, junta tudo e joga fora!

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Ritmo

Eu gosto de dançar. Isso, claro, não quer dizer que sei. Ou, ainda: não quer dizer que danço conforme os padrões estéticos atuais e prevalentes classificariam como bem. Mas continuo gostando e continuo dançando. No meu ritmo, que nem sempre concorda com o ritmo da música, mas é meu. Isso: dançar no meu ritmo (e é claro que é uma metáfora que serve pra tanta coisa: viver, escrever, amar...e por aí vai), foi um dos mais importantes aprendizados que tive. Um aprendizado de sociabilidade, inclusive. Porque se quero dançar no meu ritmo devo permitir que cada um dance no seu. E mais: se não tem ninguém dançando, não é motivo pra eu não dançar. 

Essa conversa toda é pra esclarecer meu posicionamento sobre o blog: ele é um espaço de amor e conversa, mas cada uma vai e vem no seu ritmo. Desde sempre eu soube que, um dia, a Lica ia se tornar esporádica, ela é famosa por seus blogcídios. Sabia, também, que Li Unafraid e Joie chegaram mais por afeto e sem hábito de se dizer em blogs. Ausências são previsíveis, especialmente nas férias ou em momentos de envolvimento com outros assuntos. Como por agora. Pipoca está grávida e trabalhando pra caramba. Mais vazios. E cada uma tem seus motivos e ritmos. O negócio é esperar. Esperar a próxima música. Pode ser que seja justamente a que convide pra se esbaldar na pista. Eu escrevo em outro blog, também coletivo. Lá, o L. escreveu um único post. Mas ainda assim é autor, tem espaço no nosso coração e reclamações. De vez em quando o blog fica semanas sem atualização. Mas é um espaço de encontro. Quase um bar preferido que se deixou de freqüentar porque é longe, mas que nunca sai das preferências.

Eu não abro mão dos espaços construídos, eu não deixo de dançar. Desajeitada e tudo, mas na pista, no meu ritmo. Tô na área, ainda tenho muita água pra derramar.