terça-feira, 4 de maio de 2010

Mergulho em mim

Agora há pouco minha cabeça tava cheia de água. Sem a menor ideia do que escrever sobre o pote da Borboleta. Por isso, recorri às águas dessas mulheres esvoaçantes, trovejantes, marejadas. Pensei, pensei e acabei concluindo que também tenho cá meu jeito de água... no meu caso, não é mar, nem vento, nem trovão... tô falando de água mesmo. Sou água, porque sou escorregadia... Rapidinho fico no jeito pra tentar agradar quem amo, mesmo que não obtenha sucesso. Também o ambiente pode mudar meu estado, de morninha, pra caliente, pra gelada, embora eu não aprecie muito esse último estado, e agradeço se me mantiverem em temperaturas mais altas. Mas se sou flexível, maleável, tenho também minhas teimosias... A água é teimosa, tanto bate até que fura (esse é um dos que nem mesmo Lica pode desproverbiar). Pois é, tenho também meu jeito insistente, desajeitada, embora vezes confluente, às vezes de gota em gota, às vezes enxurrada, acabo conseguindo, no final das contas. E tô satisfeita com algumas pedras que consegui furar.

Acho que por isso tudo é que adoro tanto a água. Não vale mangar, tá: sábado fui pro beach park e o brinquedo que achei mais legal não foi nenhum dos escorregadores (Gabi, esse é o jeito retrógrado da gente chamar toboágua). O que achei mais legal foi ficar boiando nas ondas artificiais. A água me recupera, me acolhe, me renova. Faz-me preguiçosa e relaxada. Quando estou na água, assim, boiando, deixo minhas ansiedades de lado. Já me explicaram que esse lance de sua mente esvaziar quando você está relaxando na água, boiando, ou mesmo nadando, acontece porque seu corpo e sua mente ficam concentrados em não se afogar. Você só pensa nos seus movimentos, no contato do seu corpo com a água e esquece de todo o resto. Já explicaram também um lance de que é porque ficar na água relembra o útero, quando você era aquela ameixinha dentro da barriga da sua mãe, e não sei o quê mais lá. Bom, não sei se essas explicações fazem sentido. Mas o que faz sentido agora é que eu tava com tanta, mas tanta preguiça de escrever, que foi preciso que a Borboleta me empurrasse pra esta lagoa. E ela me empurrou mesmo foi prum mergulho em mim!

3 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Ai, ai, essa fama...mas se não te empurro, Nanica, olha só o que estávamos perdendo! Que linda essa sua aguagem (famosa linguagem das águas, universalmente conhecida neste blog, rsrs. Flexível e teimosa, que estimulante...tomara que a pedra em questão saiba apreciar tanto o contorno que a água sabe fazer ao redor da sua durez (uau, ficou sexy, hein) quanto os furos eventuais (deixar incompleto faz parte...)E não te preocupes, Mossoró é quente pra burro, num tem perigo de baixar tua temperatura não...

Danielle Martins disse...

Que lindo! Você é água de coco bem geladinha!

Lica disse...

pensei que você tinha gostado mais do baldinho, como minha amiga destemida... mas a correnteza também é tudo de bom!