segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Garantia

O Direito tem um termo que adoro: garantias reais, que seria uma forma de garantir ao credor o recebimento de um pagamento, a partir da vinculação com um bem do devedor. Bom, mas Direito e Finanças à parte, vamos ao que interessa: no caso, palavras vãs. Ou, melhor falando, coisas que acabamos acreditando, que parecem coerentes e que, na verdade, são totalmente nada a ver (você, claro, pode discordar a qualquer momento das minhas divagações).

Mas vejamos... quais são os eventos que as pessoas demandam garantias? Empréstimos, relações afetivas (especificamente as amorosas), eleições... (pode me ajudar com outras, se quiser).

- Eu prometo que vou te amar pra sempre, nunca vou te trair e seremos felizes para sempre.
- E eu, que vou pagar essa dívida bobinha de R$ 237.498.321.999,99 todinha no mês que vem...
- Eu, por minha vez, prometo que vou fazer reforma política e tributária, alavancar a educação, melhorar a segurança e transformar o Brasil em uma potência mundial, ecologicamente correta e com o melhor PIB já visto.

Pra enganar a (o) primeira (o) besta, uma aliança. Pra enganar o segundo besta, um terreno imenso no interior dos cafundós, totalmente improdutivo... E pra enganar o terceiro besta? A palavra como garantia? Nem um pelinho do bigode, um cusparada seguida de um aperto de mãos? A garantia que melhor vi funcionando, se é que tem alguma que preste, é a troca de mercadorias, garantidas (kkk) pelo Direito do Consumidor.  No resto, pra mim, a vida é toda um grande risco, sem garantias.

Na vida afetiva, um voto de confiança, fundamentado principalmente no amor entre as partes (e amor, para mim, envolve respeito, sexo, amizade, tolerância... é um sentimento meio complexo. Mas nunca, jamais, se pode esquecer o respeito... E o sexo.). Garantia? Nenhuma. Pode acontecer uma pessoa (ou várias) que num minuto (ou vários) põe tudo a perder. A questão é cada um saber se vale a pena viver nessa roda gigante ou não.

No mundo financeiro, quase rola. Os bens nunca valem o que se empresta. E a justiça demora um cadin pra resolver a questão. Na minha opinião, é um risco calculado, mas se um falha, todos perdem (no caso, os bancos perdem menos, obviamente).

E na política... bom, deveria ser como o amor. Com a ausência do sexo (ou não, vide Bill Pinton). Deveria. Mas daí a pensar que os políticos brasileiros se respeitem uns aos outros e, ainda, respeitem os eleitores, é querer demais. E ainda, o eleitor exigir respeito quando elege um Tiririca (ai, meu Deus)... Daí, o percentual de fracasso é maior que o dos relacionamentos...

Não estou pregando o fim dos relacionamentos, das relações comerciais e nem dizendo que não acredito na política. Acredito sim, como mulher casada, vivendo numa sociedade capitalista e democrática (kkkk). Mas há de ser ressaltado o risco inerente a todas essas relações, e o que estamos dispostos a por em jogo em cada uma delas.

3 comentários:

Lori disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lori disse...

Será q o Gaúcho mascote apesar de garantir q me ama não veio com a história das alianças (apesar de ter me pedido em casamento)porque acha q não sou besta?

Danielle Martins disse...

Se amor tivesse seguro... a empresa iria ser de grande sucesso! rsrs