quarta-feira, 14 de abril de 2010

Já essas são compridas...

Como não houve reconsideração do oferecimento, aproveito a oportunidade do pote extra. Que bom, pois há águas a jorrar.

De todas as mentiras, as que mais me doem são as que eu mesma conto. Aquelas que uso pra me consolar, animar, esquecer. Aquelas que uso pra amenizar a dor. Das que se têm no alforje: faz de conta que. Não, ele não disse isso pra me humilhar. Ele estava cansado. Ele estava com sono. Foi só dessa vez. Ele não sabia o que eu pensava sobre isso. Ele vai mudar. Eu não preciso mudar. Não, eu não faço isso só pra agradar, faço porque gosto. Eu não queria mesmo...

Essas mentiras têm pernas longas, extensas, dolorosamente compridas. Elas não dependem do Outro e sim do medo, do absurdo medo, de ficar sem o Outro, como se sem o Outro eu ficasse sem eu mesma. Elas vêm daquele vale obscuro que só freqüentei uma vez, mas que eu sempre soube que estava lá. São mentiras convincentes, mas são, principalmente, acalentadas, porque parecem doer menos. Mas dói mais.

A sorte é que o amor, a vida, têm uma verdade: homem é igual biscoito...


2 comentários:

Nanica disse...

Minha amiga,

Que coisa chata, né, esse seu "problema". Quem já viu uma coisa dessas... mentir pra si mesma? Nammmm... Eu, por exemplo, nunca fiz isso. Q coisa mais... coisada!

(Recordando carinhosamente da comunidade da Adry "eu nunca...")

Luciana Nepomuceno disse...

Eu condeno muito quem mente pra si mesma (lembrando a outra comunidade da mesma fujona Adry)