terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ode a Dostoyevski ou Crime e Castigo: Desculpas à letra C

Todo mundo sabe que minha irmã gosta de ler. Tudo. Livros, obviamente. Lista telefônica. Cardápio. Créditos dos filmes, 10 minutos depois do fim do mesmo. Embalagens. Só não a vi, até hoje, lendo manual de como usar o video-cassete (kkk), máquina digital ou qualquer outra coisa do gênero. Pra isso, ela me pergunta como é que faz.

Bom, mas vamos ao que interessa. Ela leu Dostô, obviamente (sim, vou abreviar porque o nome do cara é meio grande e cheio de consoantes). E foi Dostô quem a ajudou a entrar no mestrado. Já contei a história do mestrado? Foi assim: eu me inscrevi e achei que ela devia fazer também. Paguei a inscrição no exame e ela foi, perturbada como sempre, fazer a prova. Claro que passou, mas não ficou dentro das 15 vagas. Foi para a entrevista e lá na banca tinha um professor barba branca, cabeça, que nunca mais vi de novo. Acho que era o destino dele estar ali naquele dia. Ela lá dizendo que não era administradora, nunca tinha lido ou escrito nada na área, mas ia se esforçar, que adorava ler, e não sei como Dostô entrou na conversa. Aí o cara quis saber se era verdade e testou a danada. Ela passou mais da metade da entrevista falando no livro “Crime e Castigo”. Bom, hoje ela é mestre em Administração. Обязано, Dostô!

Muitos anos se passaram, e graças a este mestrado, estamos ambas aqui, na mesma Universidade. Como morávamos só nós duas, alugamos um quifó quente (não no sentido moderno, mas no sentido climático mesmo) com 2 quartos e um banheiro. Mas esse ano chegaram marido e filhos e lá estávamos nós: 1 homem, 2 mulheres, 1 adolescente, 1 bebê e 1 secretária dividindo 1 banheiro. E um dia, uma de nós estava, como dizer, com uma vontade urgente e regular de freqüentar este aposento único. Como meu honorável marido estava num banho demorado e essa pessoa estava com vergonha de pedir pressa ao rapaz (ops!), lá fui eu solicitar agilidade. Eventos como esse nos motivaram a mudar para um apê maior: 3 quartos, 3 banheiros. Agora podemos cutucar o Dostoyevski à vontade... (“ahn?” Você me pergunta.) Calma, eu explico.

Depois da mudança de apê, eu sofri do mesmo problema que havia acometido uma de nós duas que não era eu. Roubei (dela) e comi um pedaço de torta de pêssego feito pela mamy... Hmm. Delícia! Ou seja: CRIME. Resultado... você entendeu. CASTIGO. Então, criamos um código para estas ocasiões: “cutucar o Dostoyevski”, ou seja, se cometer um crime, espere pelo castigo, porque o Dostô é implacável...

Epílogo
Aproveito este espaço, cedido pela letra D, para pedir Desculpas à letra C pelo post mal humorado. Cada palavra nele vale, mas o coitadinho do C ficou triste que só falei mal dele. C, taí um pouquinho de você no D. Enjoy...

2 comentários:

Nanica disse...

Uau... adoro historias!!! Amei!!!

Luciana Nepomuceno disse...

Affe, problema que havia acometido uma de nós duas que não era eu, rsrsrs
Frase genial.